Na praça sem graça, eu sou o poeta,
Com ódio que rima com desgraça completa.
Sentado no banco, escuto o bandido,
Que fala de vidas, de sonhos perdidos.
Sem amor nas palavras que aqui eu despejo,
O veneno no peito é tudo que vejo.
Sou mais um na esquina, na sombra, na raça,
O eco da dor na cidade sem graça.
Observo em silêncio, o caos que avança,
E rimo com o nada, sem fé, sem esperança.
Poeta de ódio, perdido na praça,
A vida me segue, mas não tem mais graça.