O vento traduz nas tessituras com os galhos o teu timbre,
As lágrimas que caem são a chuva da tua nuvem,
A delicadeza do pesar da pena de um pássaro,
É tua por tê-lo criado!
A textura do frescor dos carvalhos húmidos
Leva-me ao felpudo do tapete de tua casa,
Que acalmava nossas pegadas,
E lava-me nas preces que tanto me afogara.
O abraçar da água na pele é leve como lençóis antigos
E o amargo dos cafés aliviado pelo pão com manteiga,
Junto a pálida luz filtrada pelo vidro fosco na manhã gelada,
Que acompanhavam, na cozinha, nossas prosas.
O livro que me entende,
A poesia que me escreve
Precisaram dos pigmentos de teu ser,
Que outrora, ofuscara até o sol ao tingir o céu.
Nas tardes cansadas dos domingos vazios,
Beijos na janela de teu quarto a samambaia entregava,
Assim, hoje o amor que me carrega
Voa-me com batidas sutis das asas,
Feitas das folhas que encontraram as frestas
Para participar dos nossos cochilos.
Sinto sua falta,
Pois te tenho em tudo.