que vontade de dizer obscenidades em seus ouvidos
sentir sua carne tremer em sua pele no frio do arrepio
que vontade de te beijar inteira
te amarrar na cabeceira
beber teu gozo como vinho
seus seios em taças com gelo em seus mamilos
que vontade de beijar seus pés
de te lamber como um sorvete
seu corpo nu sem tarjas
entre quatro paredes sem palavras
no emudecer da respiração ofegante
no arranhar da pele
no apertar da carne dessa dor em instantes
no bailar de todo o seu orgasmo
em suas mãos o meu talo que mantem seu latejar
talvez vulgar
envolvido em restos do seu batom em cuspe
entre tantas trocas do nosso salivar
dois corpos presos em um encaixe infame
nem sei mais contar as horas e o desejar
nem sei mais por onde te penetro ou toco
imprimindo na cama toda a fúria e amor
nesse balé sem rumo
nesse palco escuro em que o cheiro nos mostra
os caminhos e as perversões ...