Roberio Motta

Engenho da Saudade

Que doce melodia  

Doce mel da nostalgia  

Mel do dia que se foi  

Hoje é verso que contagia.  

A vida doce com seu tacho  

A cana da vida e seu cansaço  

A doce alma que se espreme  

Fazendo melado enquanto geme!  

Só tu engenho da vida  

Que na caatinga esquecida  

Fazia da espuma doce e batida  

Enquanto o ronco do motor  

Inda chora tua partida.  

Entravam Kaianas  

Saiam águas ardentes  

Nos alambiques sobreviventes  

Dos doces engenhos de canas.  

Saudades do engenho de moer  

Da Varjota distante e sua vida  

Dos bois, do ir e da vinda  

Dos domingos ao dia

Com avô Domingo e a Vó Maria  

Da sede do suor que res ‘pinga’  

Da doce lembrança a doer!  

 

11/07/2020 Estado de Graça do meu CARIRI.

Uma Homenagem aos meus Avós Maternos Domingos Saraiva Né e Maria Canuto Saraiva.

Fazenda Varjota - Ipaumirim,Ceará.