Vasco Alberto

Formiga

Quero ser como a formiga,
pequena mas incansável,  
a carregar o mundo às costas  
sem queixar-se do peso,  
sem desviar o caminho.

A formiga sabe o que é ser constante,  
não se pergunta pelo fim,  
não hesita ao ver a distância.  
É feita de vontade  
mais que de força.  
  
Não tem medo de ser só uma,  
pois sabe que o trabalho dela  
é parte de um todo maior.  
E assim segue,  
sem pressa, mas sem pausa,  
construindo com paciência.  
  
Quero ser como a formiga,  
que não se perde no que é grande,  
que encontra na tarefa pequena  
um motivo suficiente  
para existir.  
  
Ser assim — uma certeza simples,  
uma dedicação sem orgulho,  
um silêncio que constrói  
sem precisar ser visto,  
sem exigir mais que o próprio caminho.