Segue o amor,
esse mestre de mãos firmes
que molda o espírito
como o vento esculpe a rocha,
suave e feroz,
rasgando o que é fácil
para revelar o que é eterno.
Caminha, mesmo que os passos te pesem,
mesmo que o chão fira teus pés.
O amor não se faz estrada reta,
ele serpenteia entre a luz e a sombra,
é uma trilha oculta entre espinhos
onde cada ferida abre espaço para florescer.
Abraça as dores que ele traz,
como sementes de uma força oculta.
Pois é no sopro mais sombrio do amor
que nasce o poder de renascer,
de transformar as ruínas
em jardins que florescem silenciosos,
na simplicidade dos gestos esquecidos.
Escuta o silêncio que ele ensina,
os ecos de um tempo que não pressiona,
mas que, em sua calma, modela a alma.
E entende, então, que o amor
não vive nas grandes promessas,
mas se esconde nos atos sutis,
na espera e no toque que afaga,
como quem encontra plenitude
no detalhe de cada dia.
Segue o amor,
com coragem e sem garantias,
pois quem atravessa o seu caminho
não sai o mesmo de onde entrou.
É uma jornada de desconstrução e renascimento,
um caminho que, mesmo entre as sombras,
revela o que há de mais verdadeiro,
o que há de mais teu.