Victor_Poeta

A Mente a Mil

Mais um poeta, com a mente a mil,  
A dor na alma, o peso do fuzil,  
A noite se estende, fria e hostil.  

O ódio arde, queima como carvão,  
A revolta explode no peito, em vão,  
Corações feridos, sem salvação.  

Os versos que gritam, sem consolo ou paz,  
Sementes de rancor, que a vida traz,  
E o poeta, em sua raiva, não tem mais.  

Mas entre os escombros, surge uma chama,  
A dor se transforma, se faz em trama,  
E o ódio, por fim, se apaga na lama.  

Dos olhos caídos, uma luz reluz,  
No fundo da noite, um caminho conduz,  
Do caos, o poeta, em silêncio, traduz.  

Nas linhas escritas, o verbo se faz,  
Revela o sentido que a dor lhe traz,  
E o peito alivia o peso da paz.  

O céu desanuvia, a alma sorri,  
O fardo deixado no ontem, por si,  
Renova-se agora, e o poeta flui.  

Assim, na jornada, entre verso e cor,  
Se abre o caminho, do ódio ao amor,  
E o poeta renasce, em pleno vigor.