dobram-se os joelhos
caem ao chão
as mãos se levantam
não alcançam o céu
meus heróis são de papel
são movidos por justiça e esperança
e a vingança é sempre um prato que se come frio
se esse vazio está sempre tão cheio de ódio
já sóbrio ergo essa taça da derrota
tenho as sobras do que já foi um gesto de perdão
fecham-se os olhos
boca seca
sobre a mesa o vinho e pão
a solidão de um corpo
morto ainda com um coração
que bate para abandonar a própria vida
eu mesmo luto comigo mesmo sem saber qual deles sou
te entrego o silencio enquanto prendo o barulho
vivo no escuro de mim mesmo fingindo ver a luz
prefiro engolir palavras do que soltar meus palavrões
aproveite o silencio
pois eu aprisiono quem gosta de cortar
sem piedade
às vezes sinto que a maldade me ganhou
e volto ao silencio
eu volto ao silencio
meu silencio é minha dor ...
FLAVIO EDUARDO PALHARI [email protected]