através do tempo
o que atravessa o meu caminho
me sinto tão sozinho
um prisioneiro do meu destino
entre os dias lentos
rápidos momentos tão vazios
meus olhos já sem brilho
até mesmo essa minha vida já sentiu
assim cada ritual que com o seu tempo vira um toque
são para alguns apenas manias
como se fosse uma neblina que prende em suas mãos o sol
isso já virou rotina
frio nos ossos dessa velha carne que já pede por morfina
respirar já cansado de quem entrega seus pulmões a nicotina
através do tempo olhar para frente é uma benção
olhar para trás é nostalgia
assim cada ritual tem seu lado certo ou seu lugar errado
já nem me sinto cansado
talvez calejado por remorsos e partidas
mas minhas chegadas sempre foram tão rápidas
sempre cheiraram despedida ...
(Flávio Eduardo Palhari)