Luiza Castro

FARDO

Talvez eu morra
antes de sofrer por outra história de amor.
Depois dela, me sinto oca,
rasa e vazia; o que tinha transbordou.


Ela era um anjo,
mas saiu voando e me deixou.
Eu nunca fiz parte dos seus planos;
fui apenas um alguém; nada sobrou.


Por anos me arrasto
na ilusão de que algo vai melhorar,
mas sei que a esperança é a primeira a iludir
e a última a matar.