A tua ausência é um silêncio que fala,
um vazio que ecoa pelos cantos do meu peito,
um tempo suspenso entre o que foi
e o que ainda sonho que seja.
Sinto o peso das horas, longas, lentas,
e o mundo parece respirar em compasso incerto,
como se ele também te esperasse,
como se a própria noite soubesse
que sem ti, a luz perde o brilho.
Há tanto de ti no que não vejo,
nas sombras dos lugares que já fomos,
no rastro invisível dos teus passos,
que ainda desenham saudade pelo chão.
E o coração, teimoso, insiste em buscar-te
nos ventos, nos céus, nas estrelas distantes,
como se elas pudessem trazer-me de volta
o calor de um abraço que só existe em lembrança.
Ah, amor, a tua ausência é uma presença,
um amor que resiste ao espaço, ao tempo,
uma espera que persiste serena e incansável,
na certeza doce e inquieta de que um dia voltarás.