Em frente aos meus olhos, me veio uma tela curiosa, vi vales de cores únicas, infinitas linhas e curvas, formas bem definidas, estradas que n levam a nada, portas com grades robustas. Nessa abstrata vista tentei organizar, compreender o que via, frustrado rasguei sua superfície com força, decidido a eliminá-la. Por debaixo, ideias, sentimentos, delírios me saltaram no rosto, mais abstrações.
Resolvi senti-la, pontos como cimento fresco, outros duro com diamante, espinhos venenosos me cortaram, essa pintura que eu observava não estava só, havia outras tão abstrata quanto e com cores distintas, umas vibrantes e outras com sombrios tons de cinza.
Quando sai, abatido pensei em tentar entender essas pinturas, poder distinguir pelo menos tinta de sangue. Voltei e vi que partes se modificaram, curvas tornaram-se retas, o verde virou preto e toda compreensão que outrora tinha, virou fumaça.
Decidi, por fim, aceitar toda aquela abstração, e me fechei novamente entendendo a vastidão de minhas limitações e oportunidades.