Harunari

Calor repentino

Nevasca genuína envolve um ser,

Qual a ave crucificada em noites sem lunares,

Desesperança, cruel canção de cave,

Faz de mim sombra,

Em vão a clamar ao coro.

Ácido canto de aves que me aflige,

Aflição que em peito se alastra.

Sem norte ou Sul,

Leste ou noroeste?

Qual náufrago, me encapelo em pilastra.

A alma em mar revolto, em noite de astra.

 

Humanidade, colossal e alvoroçada,

Olha-me em vão, qual sombra tola ao passar.

Sou apenas grito silente,

Esperando a chuva eminente,

Sem esperança, qual a folha esvoejar.

 

Altitude não mais latitude,

O calor divergente marco o fim de meu compasso gélido.