Mais uma vez te ouço e avidamente
tento interpretar teus cálidos versos!
Soam cheios de amor, incontroversos,
e, neles o bardo pensa somente!
Mas, o hierofante que lhe habita a mente
sussurra-lhe que eles são controversos,
não tem alma, são frios, são perversos...
Cantos de sereia, literalmente!
Ah! Linha fina cinde o céu do inferno!
Será este um canto inocente e terno
ou será engenhosa enganação?
É premente usar o tino, o bom senso!
Mas, como se a paixão é um contrassenso
e, trespassa o entendimento e a razão?