Joana de Clarice

Os lugares que te lembram e você não esteve lá

Hoje estive num lugar que me convidou

E que nunca que esteve por lá 

Eu me questionou o motivo de me lembra você 

Deve ser pelo o que quase existiu

Pelo que se perdeu no tempo e na ocasião 

A ironia do que não se realizou, mas se fez presente 

 

Você é uma ideia que ronda o meu pensamento 

Quem vem sem permissão e vai mais rápido ainda

Cheia de sinais de alerta

E de um sentimento tristeza de viver o cotidiano repetidamente 

Profundamente me doe não ter mais a sua presença na minha vida

Por que longe da paixão que me consumia

Tinha alguém que podia contar, existia uma amiga

 

Eu apostei e perdi de diversas maneiras

Hoje não existe mais nada 

Só o desejo que estivesse onde esperei 

Que existisse mais lembranças do que somente a fuga

E o total desentendido do que passava por sua mente 

 

Ultimamente não escrevo mais 

Perdi a vontade 

Ou perdi a paixão 

Eu gostava tanto de você que dava vontade de gritar 

Ou de escrever coisas piegas 

Que não fizeram diferença, pois você não é essa pessoa 

Não faz mais sentido então 

 

Eu não sou a pessoa para você 

Não fui a pessoa para te encher de coragem e enfrentar o desconhecido 

Tenho a incerteza se vou ser uma lembrança

Eu sou mais uma entre tantas que deixou passar por medo

Por medo de sentir mais do que o cômodo e a dependência 

 

Você coloriu a minha vida que era tão cinza

Não preencheu nenhum requisito de ser tudo que esperava numa pessoa 

Mas foi aquilo que mais desejei

Uma verdade que ardeu em meu peito 

Que aos poucos se cura

Vou esquecer os lugares onde não esteve e a constante vontade que estivesse lá 

Vou lembrar de você passando em cores por entre as pessoas acinzentadas ao meu redor 

 

Muito obrigada por ter existido na minha história 

Queria que estivesse aqui, mas você não pode

Eu também não posso mais te esperar 

Se um dia ler esse poema, me escreve

Eu sinto sua falta.