Acordei às 17:00h, o sol partia em seu brilho.
Sob o túmulo, escutei choros, consolos e anseios.
Minha amada, em notável dor, agarrava nosso jovem filho.
Meus olhos esbugalhados guardavam seus receios.
Às 20:00h, meu leito já dava seus suspiros finais.
Minha família se retirava daquele coral infinito.
Eu flutuava sobre o cemitério, ouvindo os ecos leais,
Os últimos soluços; um lamento em tom erudito.
Sozinho, a solidão me envolveu em seu silêncio,
Refleti sobre a vida, sobre os dias desbotados.
Lembrei da má figura que fui, do meu triste vício,
Do peso de sonhos perdidos, em amores apagados.
Próximo à lua, às 00:00h, uma lágrima me escorria,
Não era tristeza, era um amargo arrependimento,
Desejando que a morte fosse apenas uma via,
Uma passagem à luz, onde os erros achariam um alento.