victoremmanuel

Lamentos da morte

Acordei às 17:00h, o sol partia em seu brilho.

Sob o túmulo, escutei choros, consolos e anseios.

Minha amada, em notável dor, agarrava nosso jovem filho.

Meus olhos esbugalhados guardavam seus receios.

 

Às 20:00h, meu leito já dava seus suspiros finais.

Minha família se retirava daquele coral infinito.

Eu flutuava sobre o cemitério, ouvindo os ecos leais,

Os últimos soluços; um lamento em tom erudito.

 

Sozinho, a solidão me envolveu em seu silêncio,

Refleti sobre a vida, sobre os dias desbotados.

Lembrei da má figura que fui, do meu triste vício,

Do peso de sonhos perdidos, em amores apagados.

 

Próximo à lua, às 00:00h, uma lágrima me escorria,

Não era tristeza, era um amargo arrependimento,

Desejando que a morte fosse apenas uma via,

Uma passagem à luz, onde os erros achariam um alento.