Você é um sonho ou um pesadelo?
És factual ou ficto?
É paixão, amor ou obsessão?
É um escapismo ou um tormento?
Terás um fim ou se fragmentará em mim pela eternidade?
Existe solução ou a única conciliação é suportar este ardor?
Idealizar-te me alivia, pensar em ti me cauteriza
A fantasia cada vez mais me consome num puro egocentrismo
Torna-se missão dificultosa viver nesta realidade espinhosa
Como se flechas agudas perfurassem meu pobre coração tão sofrido
O regozijo se foi, as vezes a deprimência se disfarça de euforia
Quando a dose tal qual uma garrafa de álcool acaba
A obscuridade mais profunda da amargura me invade e me joga no fundo de um buraco
E nada mais sinto se não a desolação e a sensação de ser a verdadeira imagem do fracasso
E os devaneios mais desditosos e incompreensíveis rondam minha excêntrica mente
E me passam uma errônea crença na possibilidade do impossível suceder
Eu ainda nado sobre a quimera de tua musa, tua beldade aos meus olhos de encanto
Anseio na mais pureza dos momentos líricos
Deitar minha fronte em teu colo, adormecer com suas mãos acariciando meus cabelos
Em meio a um interminável campo florido, animais correndo, o sol, o céu azul cristalino
Por um átimo, o riso se manifesta sob mim mas desaparece quando acordo desta ilusão
Estou distante de ti, no esgoto de meu mundo, no diluvio enegrecido, escurecido, as nuvens cobrem o céu e todo o encantamento
O frio é intenso e eu nem nos prantos mais me encontro, a dor me domina a ponto de ser aprazível.