Helio Valim

Nostalgia compulsória

 

Alegoria de retorno

a um passado que não existiu

buscando um pouco de conforto,

onde a letargia não eclodiu.

 

Ingênua recordação da candura,

expia-se na realidade,

convicta da impunidade

de toda inverdade impura.

 

Disforia em onírico versar,

sobre falácias de tempos iluminados,

na crença em relatos infundados

dissimulados em antigo tergiversar.

 

Pungente memória imatura,

resgatada impune, não purga,

nem com doses de Angostura,

momentos vividos na impostura.

 

Lembranças sinceras importam,

pois, guardam memórias afetuosas

de vivências a acalentar,

que a nostalgia não pode maquinar.