Priscila Ribeiro

Sertão

Eita saudade do meu sertão 

da terra vermelha,

casinha batida cercada de

suor, pilão e mão amiga.

 

Por lá a água é tão pouca, 

chuva não vem no solo fértil,

a plantação quase não se vinga.

É imensidão e sequidão 

que faz sofrer o coração.

 

Ali meu caminho vive a brilhar

e meu saudoso coração 

na labuta da vida ficaa pensar

o meu sertão, não troco não 

por nada que vejo em tua mão. 

 

De todas as minhas andanças 

nunca vi povo assim tão unido,

caloroso e ombro amigo.

Em todo canto que me acheguei,

não vi mão assim tão amiga.

 

Foi ali na terra da sequidão que vi

nascer a flor mais genuína.

Fruto doce, só ali eu provei

no meu umbuzeiro o caldo é mais forte 

dá sustança a sua gente,

cuscuz, farinha, e fubá 

até a cabra vai dar o leite.

 

Lá no meu sertão,

nunca vi gente mais 

forte a brilhar.