Gustavo Cunha

A luz da incerteza: para Maryana

Mais uma vez sou alcançado pelo amor;
 
Seus sortilégios a inquietar-me como uma ânsia inexplicável,
 
Envolvendo-me em promessas sussurradas.
 
E a dúvida consome a alma esgarçada,
 
Como eco distante de um sonho inacabado,
 
Afastando-me de Deus em momentos de incerteza,
 
Perdido em um oceano revolto de angústia,
 
A trazer-me, outra vez, a escuridão como fiel companheira,
 
Onde a luz hesita, como criança diante do divino;
 
Ainda assim, dança nas sombras, um brilho que adentra o quarto esquecido.
 
Não é o amor, enfim, essa luz?
 
Que, em sua plenitude, revela a substância do ser.
 
E, ao desconstruir-me, reinventa o que sou?