Mais uma vez, eu escrevo estas palavras com um misto de respeito e curiosidade. Por tanto tempo, você esteve presente nos meus pensamentos, como uma sombra silenciosa que me acompanha a cada passo. Hoje, decidi escrever para você não como um fim temido, mas como uma presença que me faz refletir sobre a vida e seus mistérios.
Você, bela Morte, que carrega consigo um manto de serenidade, representa mais do que o término de uma jornada; é a passagem para algo desconhecido, talvez infinito. Há quem a tema, há quem a evite, mas eu escolho vê-la como uma guia, uma dançarina que nos conduz com suavidade ao fechar do último ato. Você é a guardiã do silêncio, a amiga secreta que oferece descanso quando as tempestades se tornam pesadas demais.
Não desejo apressá-la, tampouco quero fugir de você. Apenas quero compreendê-la. Quero aceitar que, um dia, seus braços serão meu abrigo, e nesse instante, a minha alma será leve como uma folha ao vento, entregando-se ao destino que me aguarda. Se há beleza na vida, há beleza também na morte, pois ela é a flor que desabrocha ao cair do crepúsculo.
Então, cara Morte, eu te saúdo. Não como uma inimiga, mas como uma companheira distante, que um dia virá para me levar ao desconhecido. E quando esse momento chegar, espero ter a serenidade para lhe dar as boas-vindas, sabendo que o caminho que trilhei até ali foi meu, e as histórias que contei, foram as mais belas que pude escrever.
Com respeito e aceitação,
Melancolia