Dizem que viram Bento Gonsalves pelos campos verdes dos Pampas
Com sua bombacha e chimarrão na mão
Sua postura firme
Caminhando na estrada como homem livre que é filho do sul
Homem fiel e de valores
Valente como o povo que não se rende a adversidade
Que foi feito herói com o suor de seu rosto e com sua liberdade
Marchando com seu exército que nunca lhe virou as costas
Herói de muitos, senhor das palavras dos poetas
Acompanhado pelos seus bravos lanceiros
Pretos aguerridos de muita força no coração
Não se renderam nem mesmo a morte
E no chão ficaram suas lanças cravadas para avisar que lá no sul viveram homens de nobre coração e que se lembrassem de seus feitos
O que seria do sul sem Bento Gonsalves e seus fieis homens que lutaram ao seu lado
Vitória pela dor
Dor que toca a alma
Sangue do herói que não foge a luta
Não nos esqueçamos do esforço de poucos para mudar o futuro de muitos
Talvez se ouça o som do arcodeon perto da fogueira
Talvez se conte aos netos os feitos destes nobres heróis
E se vai Bento pela estrada com seu exército, com o chimarrão em mãos
Com seus lanceiros ao acompanha-lo
Vai Bento Gonsalves pela estrada com os farroupilhas
E dizem que viram pelas estradas um farroupilha
Em uma mão um cuia de chimarrão
Na outra seu coração
E dizem
E dizem
Farroupilhas valentes com seus passos
cravados no chão.