O sol nasce tímido,
pincelando o céu com dedos dourados e toques de rosa,
enquanto os primeiros raios deslizam leves
sobre as folhas, que dançam sem pressa.
A cidade desperta,
cada som um fragmento de uma sinfonia esquecida:
o riso leve das crianças,
o murmúrio discreto do vento,
o canto dos pássaros que, ao longe,
tece uma melodia quase invisível.
Não espere que sua música favorita toque.
Há uma batida já presente,
uma canção que a vida sussurra
em cada instante.
Acolha o som que existe agora,
ajuste-se ao ritmo que o dia oferece,
e dance, dance com os pés da alma
no compasso da felicidade.
Feche os olhos.
Escute.
Há uma música dentro de você,
uma melodia singular que nenhum outro ouvido escuta.
Ela vibra, suave, no pulsar do seu coração,
esperando para ser cantada ao vento.
No corre-corre do mundo,
é fácil perder-se no barulho das horas,
mas, se parar por um segundo,
se ouvir com o coração desperto,
descobrirá que a verdadeira alegria
nasce da sua própria canção.
Cada um segue seu compasso—
o vendedor que anuncia suas frutas,
o artista que dedilha sua guitarra apaixonada,
a senhora que varre a calçada com gestos de ternura—
todos tocando notas diferentes,
mas compondo juntos
uma sinfonia invisível,
a orquestra silenciosa da existência.
Aceite a batida que o momento lhe oferece,
e, ao se ajustar ao ritmo da vida,
encontrará a harmonia dos pequenos gestos,
a alegria escondida nos detalhes.
E então, dançaremos todos,
cada um no seu próprio tempo,
unidos pela música eterna
que nos conduz.