Por anos implorei por seu carinho,
Caminhei sozinha, num triste caminho,
Agora sei, o que busquei jamais virá,
E no vazio do peito, a dor sempre estará.
Eu só queria você por perto,
Teu afeto, teu abraço incerto
Mas você escolheu me manter à distância,
Entre nós, só o frio e a ausência.
Meus traumas são garrafas lacradas,
Nas lembranças, ficam as marcas deixadas,
Explodem às vezes, em noites sem fim,
Mas o que dói mais... não é a falta de ti.
Eu poderia dizer que é a sua ausência que mais pesa,
Mas o que grita na minha consciência,
É o trauma impiedoso, cruel, e sombrio,
Um trauma que parece filme de terror.
O que rasga minha alma, em silêncio,
É a mão do desgraçado, em gesto imenso,
De violência, medo, e desespero,
Esse toque sujo, que em mim carrego.
São tantos traumas, e feridas abertas,
Só que esses dois são os que mais me afetam,
Você longe, e ele muito perto.