Altofe

Vade retro, infiel criatura!

 

Vade retro, infiel criatura!

 

Eis que a quimera se revela,

ser imundo que rasteja

alimentando-se entre os vermes,

da carne que apodrece

de suas incautas presas,

as quais deixaram-se levar

por sua beleza e juventude

ou por sua candura angelical.

 

Da máscara que cai agora,

desnudando a perfídia sagaz,

faminta de volúpia,

que se entrega à desconhecidos

por uma luxúria sem rostos

e corpos suados em meio à sujeira.

 

E trai impiedosamente

a este pobre bardo iludido,

vomita no prato em que come,

morde a mão que lhe alimenta,

zomba do velho que lhe cuida,

e joga no lixo uma vida de devoção,

és o carrasco que destrói lares,

separa filhos de pais,

por pura falta de caráter.

 

Volta pro inferno ser demoníaco!

 

Fique longe de minha ira que te abomina,

desejo que seja uma vida longa a sua sina,

e envelheça com tua suja carne,

para colher os frutos

das sementes podres que plantou.