Tua alma atormenta
E sempre se insenta
Sofre e aumenta
A tua tormenta
Morre e padece
E a ti adoece.
Tua alma cansada
Pisada, quebrada
Pesada, sem força
Anseia a forca
Nada resolve
Tal anseio da louca.
Tua alma falece
No brilho celeste
Do céu infinito
E ecoa o seu grito
De alma tentada
À morte insensata.
Tua alma não surge
Se fecha e te ilude
Te leva a pensar
Que valor não há
No que tem a frente
Não vive e nem sente.
Tua alma se recusa
A sempre estar lá
No bem se estende
No mal, onde está?
Não quer disso estar crente
E tu não entende.
Tua alma só mente
Engana, te prende
No paradoxo infernal
Com depressão neural
E a escuridão total
Te agarra ainda quente.
Tua alma só teme
Te golpeia a mente
Nas garras da escuridão
Desfalece de supetão
E o que outrora era quente
Se põe a esfriar.
Tua alma está aqui
Mas também não está
Escrita nestes versos
Pra lá e pra cá
Se esconde e dissimula
Outra parte estimula
Tira de si a atenção
Por qualquer meio, toma ação
Por que faz isso?
Tentas supor
Por falta de tento
Não quer se opor
À essa força insondável
Este grande opressor.