Anjo caído
Arranco minhas asas
e no alto do penhasco
vejo meu último entardecer,
de braços abertos,
me solto no vazio,
mergulho dentro de ti,
águas quentes que jamais senti.
Flutuo em tuas carícias,
enfrento tua correnteza
sinto todas as ondas do desejo.
Nadamos assim a noite inteira,
asfixiado pelo teu abraço,
me afogo em teus beijos.
E na espuma da praia
meu corpo amanhece,
ainda guardando o sorriso
do último gozo ao alvorecer.