Altofe

Anjo Caído (II)

 

Anjo caído

 

Arranco minhas asas

e no alto do penhasco

vejo meu último entardecer,

de braços abertos,

me solto no vazio,

mergulho dentro de ti,

águas quentes que jamais senti.

 

Flutuo em tuas carícias,

enfrento tua correnteza

sinto todas as ondas do desejo.

 

Nadamos assim a noite inteira,

asfixiado pelo teu abraço,

me afogo em teus beijos.

 

E na espuma da praia

meu corpo amanhece,

ainda guardando o sorriso

do último gozo ao alvorecer.