É penumbra de lua opaca e vazia
Ladrilhada por paredes de desencanto
Onde em cada quarto, e em cada canto
Esconde uma devoção de grades fria.
Ela está impregnada em cada gesto teu
Na lágrima de teu sorriso que cai
Na gargalhada de teu olhar que sai
Deixando-me de alma desnuda do apogeu.
Ela te furta à herança do tempo
Os pensamentos e a liberdade
Arrancando-te dos afagos de meus braços
E me atirando nos escombros da infelicidade.
Ela extrai de tua silhueta cor de jambo
Toda a euforia de encantamento
Das noites dançantes de mambo
Num plenilúnio de descontentamento.
Não fora a casa de teu pai
Que te trouxeste a mim
Até quando a casa de teu pai
Irá roubá-la de mim?...