Da mesma forma que um peixe nada,
sem pensar no rio,
eu vivo,
sem pensar no tempo,
como se o movimento fosse natural,
como se a vida me levasse
sem precisar perguntar porquê.
Não escolho o rumo,
tal como o peixe não escolhe o rio.
Aceito o que vem,
as correntes que me levam,
e deixo-me ser, simplesmente.
Há um certo alívio nisso —
não ter de controlar tudo,
não ter de saber o que virá a seguir.
A vida segue o seu curso,
e eu sigo com ela, sem pressa.
Talvez o segredo esteja aí:
viver como se nada fosse mais
do que este momento agora,
como o peixe que nada,
sem saber de onde vem
ou para onde vai.