Ema Machado

O último momento…

O último momento…

Ema Machado 

 

Não houve um adeus

O silêncio, rasgando o coração 

Tudo que recebi naquele momento 

Olhares gritaram, lábios não se abriram, não houve ação

Em segundos o mundo desceu ao chão…

 

O orgulho é sentir traiçoeiro 

Vi tremer teus dedos 

Os mesmos, que tocavam meus cabelos, meus apelos…

Estarei aí, como sombra em teus pensamentos 

Ouvirás sussurrar o passado, “nunca fostes, tão amado…”

 

Carrego-o, és a tempestade em mim. Tua lembrança transforma -me, sou nuvem carregada de saudades e da certeza de que fomos covardes. O amor não morre assim… Apenas fere. Despejo minhas águas…

 

Não houve um adeus

Assim, como não houve promessas

Fui a flor sem raiz, a rainha sem coroa

Cinderela em única festa

Vimos passar os anos, e no adiantado das horas

Nunca tive sequer uma seresta 

Só sapatos, causando bolhas

 

Volto ao borralho 

Entregue às cinzas de nossa louca história 

Nada é, o que não podia ser

Sonhos perdidos e memórias 

Me amou… Amei, amo…

Seremos um para o outro 

A ferida infinita 

O

cupido nunca teve misericórdia…