Flavio Eduardo Palhari

Quando se prende um espirro a gente para o coração

 

 

você se lembra

como era acordar com um beijo

ter café pronto

pão e manteiga

um pedaço de queijo

você se lembra

como era passar o dia inteiro

sem se preocupar

com contas pra pagar

em não se atrasar para o emprego

se de manhã a gente era o herói

a tarde poderia ser o vilão

aeronaves de papelão

no futuro

passado

quem sabe em plutão

raios laser feitos com as bolhas de sabão

ter medo de quando se para um espiro também se para o coração

ter o receio de ter deixado os chinelos da mãe virados para o chão

guerra de travesseiros com o amigo invisível que espera pela a ação

de guerrear com os monstros que vivem escondidos debaixo do colchão

você se lembra

de quando a noite chegava tão rápido

sonhar era tão fácil

sonhar era tão fácil ...

 

 (Flávio Eduardo Palhari)