Lembro-me das cantigas de sábado,
Do olhar que aliviou meu fardo perturbado.
Recordo aquelas tuas mãos geladas,
E as danças que iluminavam as madrugadas.
Tentei reacender o fogo adormecido em meu colo,
Mas lembrei que você já não vive mais aqui.
Diante das amarguras que carrego, sigo o protocolo,
Pois sei que apenas assim conseguirei fugir de mim.
Rezo toda manhã, clamando para te encontrar, como outrora.
Peço à dona Morte que visite meus aposentos em breve;
Esta é a forma que encontrei de alcançar minha aurora.
Sei que não sou e nem serei o único a chorar em greve,
Também não sou o primeiro a implorar ajuda ao céu;
Mas sei que seria o mais feliz se te visse vestida de véu.