Alvaro dos Reis

Meu Desassossego

No meu desassossego

preso nas memórias que cavalgam nos ventos

nos altos mares dos meus fados devastados

minha alma é um vale de purgatórios

onde jorram rios de desesperos

nas nascentes dos meus sóis

e minha voz muda, erouca no meu cantar fúnebre

preso nos gritos infernais dos meus medos

\"O seu desamor mulher...\"

 

Ah, quantos infortúnios!

De quantas mágoas se faz a minha morte

que o sono sempiterno e a vida nessa sua ausência

 

Ah, minha amada!

Se podem os deuses do etérico conceder-me alguma graça

que seja a doce melodia da sua voz

a última nota do presságio da minha vida

 

E se merecer redenção

que seja a sua boca, os seus labios

os seus seios de uvas

a fonte do meu renascer...