Quando eu morrer, deixem-me só,
Sem nome, sem lembrança, sem lugar.
Que o vento leve, suave, o pó,
E o tempo apague o meu caminhar.
Não quero flores, nem pranto, nem dor,
Nem sussurros de saudade ou amor.
Que a vida siga em seu curso sereno,
Sem o peso de um adeus terreno.
Esqueçam os passos que um dia eu dei,
Os sonhos que um dia eu cultivei.
Que fiquem apenas as estrelas no céu
E a calma do mundo, sem mim, por véu.
Se um dia eu fui, que o mundo não se lembre,
Pois há beleza no silêncio que me encobre.