Hébron

Talvez amor

...

Era um quanto imponderável 
E com suas asas de brisas
Ganhava todo céu e toda altura
Era um tanto gênio admirável 

 

Seu olhar de poesia me recitava
E me fitava sem qualquer pudor
Seu visgo-desejo me emaranhava
E me prendia, e me dizia ser amor

 

O seu sorriso era um canto de encanto 
E em seu hálito, sedenta me salivava
Emocionava-me, arrancava-me o pranto
E em seu abraço, cativo,  me devorava

 

Se era amor, se era paixão, era sedução 
Tocava-me, mas era um universo distante
Enigmática, cerzia nossos corações à mão 
Num impossível, com a linha do horizonte 

 

Era um quanto imponderável 
E com suas asas de brisas
Ganhava todo céu e toda altura
Era um tanto gênio admirável

...