Nelson de Medeiros

CIUME OU SAUDADE

Tua amizade!? – me perdoa- é quase ofensa,

a tanto amor que te devoto em grau supremo!

Não quero, prefiro até mesmo a indiferença,

pois, sentindo o amor da amizade até blasfemo!

 

Que desproposito! Que enorme diferença!

É que meu corpo ao ver teu corpo vibra e treme,

e se em tu! alma esta amizade se condensa,

ela, em Minh! Alma, se desmancha, chora e geme!

 

Portanto não quero este céu de noite escura!

Antes a dor desta verdade, da amargura,

do que este fogo enganador de negro lume!

 

Não! Jamais de ti, vou querer esta amizade!

Antes, condenado a viver de uma saudade,

a sofrer no braseiro infernal dum ciúme!

 

09.10.1998

Nelson de Medeiros