Na penumbra da noite, nossos olhos se encontram,
Um desejo ardente, um toque que espanta.
A luxúria nos guia, sem freios, sem medo,
Num abraço sombrio, um segredo tão cedo.
A gula nos consome, em banquetes sem fim,
Cada beijo, um banquete, um pecado em mim.
Nosso amor é um prato, servido com dor,
Um banquete macabro, sem nenhum pudor.
A avareza nos une, em um laço apertado,
Cada toque, um tesouro, um ouro guardado.
Nosso amor é riqueza, que nunca se gasta,
Um tesouro sombroso, que a alma devasta.
A preguiça nos prende, em lençóis de cetim,
Cada suspiro, um sonho, um descanso sem fim.
Nosso amor é um sono, que nunca termina,
Um descanso melancólico, que a vida elimina.
A ira nos queima, em chamas de dor,
Cada briga, um incêndio, um ódio sem cor.
Nosso amor é um fogo, que nunca se apaga,
Uma chama sombria, que a alma estraga.
A inveja nos cerca, em olhares furtivos,
Cada gesto, um espelho, reflexos cativos.
Nosso amor é um espelho, que nunca se quebra,
Um reflexo nebuloso, que a alma envenena.
O orgulho nos ergue, em pedestais de ilusão,
Cada palavra, um trono, uma falsa razão.
Nosso amor é um reino, que nunca se rende,
Um trono obscuro, que a alma defende.
Sexta-feira, amor, nosso pacto selado,
Em pecados dançamos, num laço apertado.
Nosso amor é um conto, de sombras e dor,
Um romance soturno, sem nenhum pudor.
By Lunix.L