A ausência de alguém importante é como um veneno injetado diretamente na veia. Faz falecer pouco a pouco a alma tornando-a, fraca, desanimada e alheia. É uma guerra interna, de um lado fica a saudade e do outro a lembrança. A saudade que faz pensar como poderia ter sido mais um momento de presença. E as memorias para dar esperança. Independentemente do tempo de partida é uma espera que transcende os conceitos matemáticos. De uma morte até um compromisso inesperado. O tempo parece ser misticamente dobrado. As memorias soltas surgem a todo momento. Das mais lúcidas até aquelas que só resta sentimento. Memória do cheiro, das conversas, risadas, brigas, conselhos, daquilo que poderia ser dito. Por mais tempo passado em presença uma vontade de estar junto simplesmente insaciável. Tornando um cérebro viciado em pensar na ausência, sem focar no presente, isso não é saudável. Criando fantasias de momentos que queriam ter passado juntos. Apenas uma tentativa inútil de suprir uma história que já acabou, ou foi simplesmente pausada pelo descontato. Finalmente! Uma chance de reencontro, tentativa de curar o coração maltratado. Um remédio muito simples, não precisa nem de receita, apenas um abraço. Que depois de aplicado, o efeito é instantâneo. A relação se restabelece, mesmo depois de anos, meses, dias, horas... Apenas surge um sentimento espontâneo. Felicidade e ver que nada mudou. Exceto as idades, locais, assuntos, problemas, intimidades... Mas a relação continua intacta. Recuperada apenas com uma risada simpática e uma conversa rápida. Isso sim, uma ligação especial. Torna a presença de ambos importante, mesmo que seja para não fazer nada. Mas, que façam nada juntos. Porque a ausência dói no peito de quem a sente. Por isso fale quando acha que deve, porque quem cala consente. Consente que a relação pode ficar estagnada. Meias palavras faladas, frases mal explicadas, tudo leva ao desgaste. Lembre-se que algum dia pode ser que acabe. E você pode ser o mais prejudicado. Por pensar que havia tempo infinito para ser falado. Aquilo que podia ter salvado. Um relacionamento que está acabado. Lembre-se também que o que se perdeu não se acha em qualquer lugar. Que reciprocidade é muito difícil de encontrar. Uma pessoa pra desabafar. Oque resta é simplesmente chorar, e lembrar, que não deve acontecer de novo. Por isso me comovo. E escrevo essa poesia. Pode servir para qualquer relação, mãe, pai, irmão, amigo, tia. Porém sempre seguindo os princípios para mantê-la viva. Porque já é difícil, por si só, viver a vida. Seria muito mais se não houvesse nenhuma mão amiga