Os frios de julho congelavam o meu coração, as lembranças, o seu \"amor\"
Tentei aquecer-me colocando meias, mas haviam infinitos buracos
Que me faziam tremer decepcionado
A noite me cobriu cercando-me de sugadores
Que leiloavam minha alma com sujas palavras vazias
Vazias e tão cheias de maldade e desejo
Seus olhos brilhavam, sedentos por sangue
O meu fervia sob uma febre pandemica
Padecendo entre os lençois sujos de prazer
Sentia meu corpo se desmanchando em medo e nojo
O que alguns centavos compraram não saciou sua vaidade velada
Fumaças libertavam sentimentos
Sorrisos escondiam os gemidos
Bailava exaustamente sob uma corda instável
Que a fazia cair constantemente
Ventos tortuosos sopravam-na
O que a deixava amedrontada
Sua nudes a abominava
A deixava a chorar sobre vozes cruéis
Que refletiam o seu odor fétido e frio
E a cada dia afundava mais naquela podridão
Sua pele, seu corpo, sua alma
Nunca a pertenceram
Estava a venda deste a sua prematuridade
E vivia das migalhas que cuspiam na sua face
Por não ser merecedora do oxigênio que respirava
Seu interior estava tão surrado de ideias profanas
Que a queimarão na praça central
As chamas tocavam no céu
Como braços implorando por socorro
Me refugiei nos meus pesadelos
Pois a minha realidade era muito cruel
\"Caro, Taverneiro
O seu anfião me seduz...
Devo eu fechar os olhos?\"