Você já sentiu o peso
do mundo no peito,
como se cada suspiro fosse um fardo,
cada passo, uma luta?
Há dias em que o vento não sopra a favor,
e o céu parece distante,
cinza, impenetrável,
como se as estrelas tivessem esquecido seu nome.
Mas é nesses dias,
justamente nesses dias,
que algo dentro de você se acende —
uma faísca pequena, quase imperceptível.
Resiliência.
Ela não chega como uma tempestade
que rompe o silêncio,
não é furacão,
não é fogo que consome.
Resiliência é um sussurro,
uma escolha que você faz
quando o chão treme
e, mesmo assim, você decide ficar de pé.
Ela é a mão invisível que te mantém firme,
a âncora que segura sua alma
quando todas as correntes parecem te arrastar para longe.
E, ainda que você não veja,
há algo maior ao seu lado —
uma presença que te envolve com ternura,
mesmo quando o silêncio ecoa alto demais,
mesmo quando o medo grita.
Deus,
Ele está ali,
nos espaços vazios,
nas orações que você nem sempre sabe fazer,
no silêncio que te abraça
quando as palavras desaparecem.
Mas você também precisa de outra coisa.
Você precisa de si.
Você precisa se olhar no espelho
com os olhos de quem perdoa,
de quem entende que falhar
não é o fim,
mas o começo de uma nova história.
Seja gentil consigo.
Seja sua própria cura,
acolha suas fraquezas
como se fossem flores que brotam
mesmo nas fendas mais escuras.
Porque, no fundo,
o que te define
não é a dor que carrega,
mas o jeito como você escolhe
carregá-la.
É o passo que você dá
quando o mundo diz para desistir,
é a fé que você cultiva
mesmo quando as raízes não encontram o chão.
E, assim,
você segue.
Com o silêncio te abraçando,
com a fé te sustentando,
e com o coração aprendendo,
devagar,
a respirar de novo.