Existem pessoas que condenam a cerveja
Alguns sentem vergonha
De cair em bares por aí
Como?
Comigo ela sempre foi uma amiga
Me inspirou a escrever coisas
Uma vez alguém insignificante nesse cenário
Me disse que eu só escrevo coisas doloridas demais
Ele sabia que eu sabia escrever
Ele lia o meu coração
E eu tinha 17 anos
Essa pessoa em específico fazia coisas mais graves
Do que beber
Antes eu julgava
Mas quem sou eu pra dizer o que é certo e errado
Eu mais erro do que acerto
Nosso íntimo é fundo e intransponível
Sagrado demais pra ser penetrado
Todo mundo tem segredos
Faz coisas escondido
Vive sua vida real
Como nos sentimos no direito de dar conselhos
Se não sabemos nada
Se existem o Id, o ego e superego
Existem momentos
Em que não contamos nada pra ninguém
Não vivemos de aparências
Não somos quem mostramos
Estamos sozinhos e esse é o maior alívio
Que ninguém pode dar
Eu tenho tanto pra falar
Mas é melhor que ninguém escute