Isabelle Serpa

PERCURSO

Tarde da noite,

Um ônibus percorre ao seu destino

A cada ponto, é mais um que se vai

Seguindo o seu caminho,

Cada vez mais

Vazio...

Um vazio que ao mesmo tempo imperceptível,

Parece infinito

Ao longo da vida, de tempo em tempo

Me lembra de sua existência 

De repente tudo se apaga,

Resta o escuro

Mas o motorista eu não culpo,

Ali há bem mais escondido 

Remetido 

O cansaço às incertezas,

O medo ao apego...

Quando vi, ao meu ponto chego

Esperando a próxima viagem,

Dos que sempre seguem faço parte.