Eu sei que em noites quentes viceja
A saudade, e que nas sendas floridas,
Uma lembrança do passado adeja
Trajando o luto de horas fenecidas.
Seguimos sem saber quem lacrimeja,
Como essas brumas pelo céu perdidas,
E a tarde que nos olha benfazeja
Suaviza-nos do peito as feridas.
Sem saber onde a morte nos espera,
Deitamos no inverno d\'amargura
Esperando o florir da primavera...
Talvez o céu de brumas e poeira,
Antes de termos nossa cova escura
Nos seja a lembrança derradeira...
Thiago Rodrigues