Há uma melancolia acolhedora que guarda a alma dos
perdidos [em si—próprios] nos momentos finais antes do caos.
Há aqueles que se entregam sem mas. Os que se fragmentam aos poucos.
Os que despendem a si—próprios dos outros se forma sutil.
Os que anseiam se tornar poeira de estrela e vagar, devagar, divagar.
Há poucos que tentam mais, mesmo com rachaduras no peito, tentam até quebrar, ou por vezes, restaurar seu original [eu].
Há os que vagam por lacunas de mémorias e se despedem vagarosamente.
Os que se sentem tão intimamente acolhidos pelo não existir que se esquecem de voltar a ser.
Os que encontram almas tais quais a sua e se restauram.
Os que anseiam pela luz e o calor de se ter sem reservas.
Há como aqueles que já se esqueceram no tempo.
Os que tentam seguir o caminho do vento e se libertar.
Os que temerosamente deixaram-se ir. Há dentre eles um pouco de você [?].
Há dentre eles muito de mim [eu—própria] e o acolhecimento melancolico de
se encontrar e deixar ir.