Desculpa pelo que te fiz
não porque me arrependa,
mas porque o mundo é isto,
e nele somos menos do que queremos ser.
Não sou mais do que um átomo,
um vento que passa e não deixa nada,
e o que fiz não foi mais que existir.
Tu olhaste-me como se houvesse propósito,
mas não há,
há só o dia que nasce e morre,
e nós com ele.
Se o que te fiz doeu,
foi sem saber que doía
a vida acontece assim:
sem saber, sem querer, sem pensar.
E desculpa, mais uma vez,
não porque eu mude,
mas porque a culpa é de estarmos vivos.