Alexandre Carlini

Estação

No entroncamento onde os destinos se cruzam

Na sala de espera de aspecto régio

O silêncio depõe o tirano relógio

O ponteiro retrai, ideais fertilizam

 

Um homem sonhando o porvir numa prece

Um velho sorrindo evanescentes lembranças

Focada no hoje com firmes esperanças

Só a criança que a escadaria sobe e desce

 

E já vem o trem com seu apito soprano

Devolvendo a coroa férrea ao tirano

O ideal retrai, o ponteiro acelera

 

Visões, passado e futuro, mesmo o presente

Silenciam quedos num recanto da mente

Corre, diz o relógio, que o trem não espera!