No entroncamento onde os destinos se cruzam
Na sala de espera de aspecto régio
O silêncio depõe o tirano relógio
O ponteiro retrai, ideais fertilizam
Um homem sonhando o porvir numa prece
Um velho sorrindo evanescentes lembranças
Focada no hoje com firmes esperanças
Só a criança que a escadaria sobe e desce
E já vem o trem com seu apito soprano
Devolvendo a coroa férrea ao tirano
O ideal retrai, o ponteiro acelera
Visões, passado e futuro, mesmo o presente
Silenciam quedos num recanto da mente
Corre, diz o relógio, que o trem não espera!