Nos dias em que o medo me veste,
Sinto os pés presos,
Afundados em enganos antigos,
Como se o tempo se curvasse
E me prendesse em suas teias.
Há um silêncio denso,
Um eco de vozes que não são minhas,
E na escuridão,
O coração hesita,
Tremula como chama ao vento.
Mas, quando fecho os olhos,
E busco, com mãos trêmulas,
O que há de mais profundo em mim,
Encontro uma centelha pulsante,
Um pedaço de sol,
Guardado no peito,
Esperando ser lembrado.
Essa luz, tão minha, tão viva,
Desperta as sombras adormecidas,
E cura as feridas que o tempo não tocou.
Ela me renova,
Como a chuva que lava a terra seca,
E me liberta das correntes invisíveis
Que eu mesmo criei.
Descubro, então,
Que a felicidade é um ato de coragem,
Uma escolha feita
Nos recantos mais ocultos da alma.
Hoje caminho leve,
Com os olhos abertos para o que sou,
Grato por cada instante,
Por cada batalha vencida,
Por cada pedaço de escuridão
Que me levou ao encontro da luz.
E mesmo quando a noite se alonga,
E o céu parece distante,
Eu sei, com a certeza da fé,
Que dentro de mim há um farol,
Uma estrela que não se apaga.
Espero que todos um dia encontrem
Essa luz que nos habita,
E que, ao permitirmos que ela brilhe,
Ela nos guie de volta
Para a nossa própria essência,
Onde a liberdade e o amor
São eternos.