Carlos Lucena

SANGRANDO

SANGRANDO

Quanto mais eu fujo dela, mas ela corre para mim
Quereria de outro jeito
Sem precisar apertar o peito
Usar um outro fim.

Não me esquivo do pensamento
Mas se calo a minha mão 
Que dá vida ao sentimento
Talvez mate o argumento
Presente no coração.

E na profundidade do peito
Onde guardo o que não queria  dizer
A teimosia a despeito 
Não me faz retroceder
E por isso não tem outro jeito
Do sentimento morrer.

Tem vez que para ela nem ligo
E ignoro seus gritos
E fico na dependência se digo 
ou se não digo
Mas ela me vem como ritos 
E como veia em sangramento
Como ritos é  celebração 
E como veia é sangue em ebulição.
Aí tenho que dizer
Porque  se não disser vai sangrar-me o coração.