Na estação do agora,
onde os ventos do tempo sussurram ao ouvido,
somos passageiros,
de malas cheias de sonhos e silêncios,
segurando nas mãos frágeis
as passagens para destinos incertos.
Os trilhos se estendem,
como linhas invisíveis que desenham futuros,
cada trem que passa é uma escolha,
uma promessa de caminhos
que jamais saberemos ao certo
onde irão nos levar.
Alguns hesitam,
olham para o horizonte com medo nos olhos,
outros, com o peito cheio de esperança,
embarcam sem olhar para trás.
E não é sobre o destino,
nem sobre a chegada triunfante,
mas sobre as paradas,
os breves momentos em que o tempo para,
e nos oferece a chance de respirar
as histórias que nos cercam,
as cores que não vimos,
as mãos que não tocamos.
Há beleza na incerteza,
no desconhecido que se revela
a cada curva do trilho,
nos passos que moldam, sem pressa,
nosso trajeto.
Que o medo não seja âncora,
mas sim impulso,
e que, ao embarcarmos,
façamos isso com coragem,
sabendo que cada história,
cada vida,
é uma viagem única,
e vale a pena ser vivida,
mesmo sem mapa,
mesmo sem garantias,
pois é nas trilhas invisíveis
que o coração encontra seu rumo.