LUCAS ARRUDA

DEVASTADO

O horizonte era cinza, chovia e o vento era gelado.

O som não existia mais, soava como uma voz que havia se calado.

Não existia mais chão, sorrisos e nem mesmo a face

A estrada estava lá, deserta e sem mais nenhum sentido.

A dor dançava nos salões escuros do coração partido

Esperando apenas que ele, ansiosamente, parasse.

 

 

A luz dos olhos não se via mais.

Apenas um navio velho e sem bússola ancorado no cais.

De um lado para o outro os pássaros voavam errantes

Movimentando um instante perdido no meio do nada.

Fim, a ogiva nuclear há pouco havia sido detonada

E agora sem sentido estava o passado, o futuro e o presente de antes.